
Caminhões graneleiros trafegam por trecho não pavimentado da BR-163, que leva a produção de Mato Grosso para o norte do Brasil. Agronegócio reclama que frete mínimo vai deixar produtos mais caros (Foto: Marcos Camargo)
Entidades representativas de diversos setores do agronegócio avaliam a possibilidade até de entrar na Justiça contra os preços mínimos do frete rodoviário. Foi o que disse a Globo Rural, nesta terça-feira (5/6), o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho.
"Vemos a situação com muita preocupação. Estamos estudando amplamente as consequências disso e consideramos essa possibilidade", afirmou Carvalho.
Desde a semana passada, representações de diversos segmentos da agropecuária vem se manifestando contra a Medida Provisória 832, que estabelece a Política de Preços Mínimos do Frete Rodoviário. O grupo reúne cadeias produtivas importantes para o setor, como grãos, suco de laranja, café, carnes e cana-de-açúcar. De forma geral, o discurso é o de que o governo está interferindo em uma relação de livre mercado e que os preços de referência do transporte vão encarecer produtos agrícolas.
Inicialmente, o agronegócio apoiou a greve dos caminhoneiros, alegando ter como pauta comum a alta do preço do óleo diesel, que encarece o custo de produção. No entanto, depois que o governo anunciou o acordo com as lideranças dos transportadores, o preço de referência do frete, antes discutido em um projeto de lei, virou Medida Provisória. E o setor agora lida com o assunto, que considera indigesto.
"O governo interfere em uma relação de mercado e provoca desequilíbrio. Ninguém está embarcando soja nem milho. Até porque a situação do frete de retorno também não está definida", disse o presidente da Abag, referindo-se ao fretamento feito no retorno do terminal de exportação, em que o transportador retorna com adubo ou outro tipo de insumo para a produção.
Fonte: Revista Globo Rural
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