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Artigo: A cultura da mandioca no Brasil

Artigo: A cultura da mandioca no Brasil

O beneficiamento da mandioca se dá em pequenas agroindústrias, casas de farinha ou na própria casa dos produtores, garantindo emprego e renda aos mesmos. O beneficiamento da mandioca agrega valor a raiz para a utilização humana ou animal, porém o mercado exige melhoria contínua em relação aos processos de modernização do setor.

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A origem da palavra mandioca vem de uma lenda indígena, onde um casal de índios esperou muito tempo a chegada de uma filha. Quando a criança nasceu deram-lhe o nome de “Mandi”, que significa Branca, por ter nascido com a pele muito clara. Um dia, ela ficou muito doente e morreu. Seus pais resolveram enterra-la no centro de uma Óca (casa de índio) para que pudessem estar sempre perto do seu corpo. Choraram tanto sobre o túmulo da menina que nasceu uma planta. Sua raiz era clara como a pele de Mandi, então eles batizaram a planta de Mandioca.

Essa raiz constitui um dos principais alimentos energéticos para mais de 700 milhões de pessoas. Não se sabe ao certo quando ela foi descoberta, porém antes do descobrimento do Brasil os índios já consumiam essa planta tão rica em nutrientes. Seu cultivo se dá em solos profundos, bem drenados e como o mínimo de fertilidade possível para se desenvolver, além de não exigir técnicas sofisticadas durante a fase de produção. A época de plantio é variável conforme a região, sendo em geral plantada no início da estação chuvosa. O espaçamento também muda de acordo com a variedade e se vai ser produzida consorciada ou não com outras culturas.

A Cultura da Mandioca está estabelecida principalmente nos países tropicais e subtropicais. A provável origem da cultura é o centro da América do Sul, especificamente na região Amazônica. O cultivo desta importante raiz confere ao Brasil benefícios econômicos às famílias de baixa renda que têm a Mandioca e seus produtos como opção de renda para se manterem.

O processamento industrial concentra-se principalmente na produção de farinha, com cerca de 80%, enquanto a extração de fécula, aparece com cerca de 3%. Os outros aproximados 17% do processamento é destinado a alimentação animal.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o cultivo da Mandioca está localizado em todo território nacional, no entanto a quantidade de área plantada nas unidades da federação é bastante variável, sendo o Pará, a Bahia e o Maranhão os maiores produtores. No quesito perfil do produtor, o mesmo geralmente tem baixo nível escolar e de qualidade de vida, além de ser classificado como mini ou pequeno produtor, médio produtor ou produtor associado.

Além disso, existem três tipos de produtores: os domésticos, os familiares e os empresárias. Nas unidades domésticas, predominam os pequenos produtores que desenvolvem suas atividades manualmente da plantação a colheita, com reduzido ou nenhum uso de fertilizantes e agrotóxicos. Nas unidades familiares, o produtor tem mais acesso à tecnologia, seja máquinas ou outros produtos, a fim de alavancarem suas produções em pequenas ou grandes propriedades. Nas unidades empresariais distinguem-se das unidades familiares pela contratação de mão-de-obra e pelo nível tecnológico. Uma vez que os investimentos podem ser muito semelhantes aos dos produtores familiares. Ademais, essas unidades empresariais garantem mais participação nos mercados locais e atuam mais fortemente na transformação industrial da mandioca.

A forma de escoamento da farinha, raízes frescas e Fécula se dá através de intermediários que compram o produto e vendem para a indústria ou para o consumidor diretamente. Nesse ultimo caso o agricultor também vende seus produtos em feiras livres, melhorando assim seu lucro por ter acesso direto ao consumidor.

O beneficiamento da mandioca se dá em pequenas agroindústrias, casas de farinha ou na própria casa dos produtores, garantindo emprego e renda aos mesmos. O beneficiamento da mandioca agrega valor a raiz para a utilização humana ou animal, porém o mercado exige melhoria contínua em relação aos processos de modernização do setor. Na região Amazônica, destaca-se a farinha e a produção de Tucupi (líquido extraído da massa da Mandioca ralada). Já na região de Minas, privilegia-se a produção de amido para a preparação do polvilho. A Fécula, também considerada polvilho doce, é produzida através de procedimentos inicias da obtenção da farinha, no entanto, após a ralação, ocorre a lavagem da massa e a decantação da água para separar a fécula de fibras, seguindo para a secagem. A Fécula pode ser utilizada em diferentes setores industrias, como o de produção de papel e celulose, de tintas, de cola, de explosivos, de detergentes, de tecidos, de produtos farmacêuticos, etc.

Dessa forma, esse artigo trouxe algumas informações sobre a cadeia produtiva da Mandioca e seu comportamento por diversas regiões do Brasil. Alimento esse, que é a base alimentar de diversas famílias e que contribui para geração de renda de diversos agricultores.

Alejandro Melo
Engenheiro Agrônomo do Sistema FAEAP/SENAR-AP/Sindicatos Rurais

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