
A disponibilidade de crédito para financiar a próxima safra deve ser outro fator determinante da decisão do cotonicultor goiano (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)
A rentabilidade da soja deve mais uma vez ser um dos fatores determinantes para a decisão do produtor de plantaralgodão em Goiás. Com uma semeadura em torno de 30 mil hectares, o Estado tem uma janela limitada para o plantio da segunda safra da fibra, dando mais peso à concorrência por área com a oleaginosa, disse, nesta quinta-feira (19/5) o vice-presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Alberto Moresco.
"Muitos produtores vão migrar para a soja. O risco é menor, a cultura é mais rápida e de maior rentabilidade. A nossa safra vem caindo e de três anos para cá estabilizou. Hoje a gente luta para mante", disse ele, durante o Clube da Fibra, encontro voltado para a cadeia produtiva do algodão, realizado pela FMC, em Recife (PE).
A disponibilidade de crédito para financiar a próxima safra deve ser outro fator determinante da decisão do cotonicultor goiano. Segundo o vice-presidente da Agopa, o custo de produção está em níveis elevados, especialmente em relação ao controle de pragas na lavoura. Na avaliação dele, o agricultor deve recorrer mais a operações de troca, como o barter.
"O crédito com juros mais altos é um problema. Os bancos passaram a pedir mais garantias reais. Talvez, em decorrência do crédito apertado, não se plante área maior de algodão no próximo ano", avaliou. "A saída é maior produtividade com qualidade. Vamos ter que mexer no manejo da lavoura", disse.
El Niño
Na safra 2015/2016, foram plantados em Goiás 15,7 mil hectares com algodão na primeira safra e 11,3 mil hectares na segunda, além de 2,9 mil hectares irrigados. A expectativa de produção é de 47,5 mil toneladas da pluma, de acordo com o executivo da Agopa.
Durante sua apresentação, Moresco destacou que a lavoura goiana de algodão foi bastante afetada pelo fenômeno climático El Niño. Reforçando o alto nível de despesas com o combate a pragas, afirmou que a situação do bicudodo algodoeiro no Estado está sob controle. E atribuiu isso a um “trabalho intenso” feito com o produtor rural.
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