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Crise atinge um quarto das usinas do país nos 40 anos do Proálcool

Crise atinge um quarto das usinas do país nos 40 anos do Proálcool

Mesmo em meio à crise, alguns grupos registraram lucro líquido acima de R$ 10 por tonelada de cana processada na safra 2014/2015 (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

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O Programa Nacional Álcool (Proálcool), criado por meio do decreto 76.593, de 14 de novembro de 1975, completa 40 anos nesta semana sem muito motivos para comemorações. A crise que o setor atravessa desde 2011 atinge quase um quarto (24,3%) das 443 usinas do país. Estão paradas 40 unidades, 12 faliram e 56 estão em recuperação judicial. Dessas em recuperação, 25 também estão paradas. Na contramão da crise, 14 novas usinas estão com projetos prontos, têm área e licenças ambientais para iniciar a operação, mas aguardam a melhor hora para investir.

O levantamento é da RPA Consultoria, que monitora o setor. Segundo Ricardo Pinto, diretor da RPA, apesar do entusiasmo pela recuperação recente dos preços do açúcar e do álcool, de 30 a 35 usinas estão com muitas dívidas, em estado de pré-recuperação. Ou seja, estão moendo cana, mas ainda podem pedir recuperação nos próximos 12 meses.

A boa notícia dos números é que, mesmo em meio à crise, alguns grupos registraram lucro líquido acima de R$ 10 por tonelada de cana processada na safra 2014/2015, segundo seus balanços. O destaque é para o grupo Ipiranga-Iacanga, que teve um lucro de R$ 20,84, seguido por Colômbia (R$ 19,85), São Manoel (R$ 19,31), Aroeira (R$ 15,55), São Martinho (R$ 15,40) e Coruripe (R$ 14,90).

Ricardo Pinto afirma que os lucros dessas empresas no cenário de crise se devem a um endividamento baixo, uma receita líquida superavitária e à alta produtividade de sua mão-de-obra. Ele prevê que, se a recuperação de preços dos últimos meses for mantida, novos investimentos devem ser ativados a partir do segundo semestre de 2016.

Monica Bergamaschi, ex-secretária da Agricultura e atual presidente-executiva do Ibisa (Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade no Agronegócio), diz que houve realmente um alívio nos últimos meses, mas o endividamento do setor sucroalcooleiro é muito alto.

Segundo ela, as usinas podem ser divididas em três grupos, de acordo com sua situação financeira: um está em equilíbrio e consegue lucros; um está na posição intermediária e outro está muito endividado, sem salvação. O alívio é para o grupo intermediário. "Ainda falta dinheiro no mercado. O que o setor precisa atualmente é manter o nariz fora d’água para passar pela recuperação, que será lenta e dolorosa."

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