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Artigo: Orgânicos no Brasil e no Estado do Amapá

Artigo: Orgânicos no Brasil e no Estado do Amapá

Por: Alejandro Melo Engenheiro Agrônomo do Sistema FAEAP/SENAR-AP/Sindicatos Rurais

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O Brasil tem uma forte aptidão para a produção de alimentos durante os doze meses do ano. Passamos de grande importador de alimentos no século passado, para um dos países que mais exportam produtos primários no mundo. Esse crescimento expressivo do agronegócio, se deve a diversos fatores que contribuíram para a sua expansão, como, por exemplo, a demanda crescente por alimentos de boa qualidade, incentivos governamentais, mercado consumidor, entre outros.

Deste modo, o Brasil vem se transformando em um grande produtor de alimentos orgânicos, com um crescimento de mercado de 20% em média ao ano. A maior parte dos produtores certificados se encontram na região sul, sudeste e nordeste do país, contudo, há inúmeras propriedades espalhadas por todos os estados da federação produzindo orgânicos com base nos seus princípios, além de gerar muitos empregos diretos e indiretos e contribuindo para o aumento do PIB agrícola brasileiro.

Geralmente, a maioria dos produtos orgânicos advém da agricultura familiar, o que colabora substancialmente para o aumento da renda do produtor rural, ofertando ao mercado um produto de excelente qualidade nutricional, sem contaminações ao meio ambiente, livre de agroquímicos e de elevada aceitação pelo consumidor.

Não são muitos os produtos orgânicos que o Brasil exporta, porém, percebe-se que há um aumento ano a ano por parte do consumidor em adquirir produtos mais saudáveis. Os mais exportados são frutas, mel, açúcares, grãos e outros já processados e com maior valor agregado.

Um dos grandes desafios em produzir orgânicos no Brasil é a adequação do produtor aos critérios impostos pelo sistema, para a obtenção de certificação do seu produto orgânico, atentando a todos os requisitos previstos na legislação do setor.

A produção deste tipo de alimento tem alto custo para a sua distribuição, visto que a escala de produção na maioria das vezes é muito baixa. Falta assistência técnica específica para esse tipo de produção, há baixa oferta de insumos orgânicos no mercado em substituição de fertilizantes químicos e agroquímicos, falta de políticas públicas para o setor, dentre outras causas, elevando assim os preços ao consumidor que adquire este tipo de alimento.

A região norte do Brasil possui uma expressiva área destinada a produção orgânica, porém, grande parte dessas áreas certificadas como orgânicas são advindas da atividade de extrativismo de açaí e da castanha do Brasil.

Como essas plantas já se encontravam em um ambiente equilibrado, sem uso de defensivos e fertilizantes químicos, essas áreas foram certificadas e inseridas na produção orgânica, tendo assim os produtores que se adequarem a outros critérios impostos pela legislação que não fosse apenas o extrativismo.

Infelizmente o Estado do Amapá ainda não tem nenhuma área registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) destinada a produção orgânica de alguma cultura comercial, visto que a região tem alguns problemas específicos, como, por exemplo, a falta de insumos a preços acessíveis, grande pluviosidade em um determinado período do ano deteriorando mais rapidamente a produção até chegar ao consumidor final, falta de regularização fundiária dificultando o acesso a crédito pelos agricultores e outros.

Todas essas dificuldades corroboram para a baixa oferta de produtos produzidos de forma orgânica na região. Atualmente no estado está sendo criada uma comissão dos produtores orgânicos organizado e secretariado pelo MAPA, afim de incentivar e apoiar a criação de políticas públicas voltadas para esse setor, com o intuito de gerar renda no campo, produzir de forma sustentável e ofertar produtos de mais qualidade demandados pela sociedade.

Alejandro Melo
Engenheiro Agrônomo do Sistema FAEAP/SENAR-AP/Sindicatos Rurais

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