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Ainda é cedo para falar em entrar no mercado de milho, diz secretário

Ainda é cedo para falar em entrar no mercado de milho, diz secretário

Especialistas do setor privado consideram inevitável que o governo subvencione a comercialização do cereal nesta safra

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Ainda é cedo para falar em atuação do governo no mercado de milho, embora se considere essa possibilidade. Foi o que afirmou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (SPA/Mapa), André Nassar, durante o seminário Perspectivas para o Agribusiness 2015/2016, promovido pela BM&FBovespa e pelo Ministério, em São Paulo.

"Tudo depende do preço. Se cair abaixo do mínimo, temos que entrar. Se precisar, vamos intervir. O governo está se preparando", disse o secretário. "Alguma intervenção deve ter, mas ainda é cedo para dizer", acrescentou Nassar.

Durante a cerimônia de abertura do seminário, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, destacou a expectativa de larga oferta de milho de segunda safra no Brasil. "Isso traz certa preocupação", disse a ministra.

"Nós temos 50 milhões de toneladas de milho que vão entrar no mercado, dificuldade de logística, as exportações estão baixas e você te um custo de frete que praticamente inibe a exportação", avalia o consultor João Pedro Cuthy Dias, destacando que, em maio, as vendas externas do cereal foram de 38 mil toneladas para uma necessidade de 20 milhões. "Vai ocorrer um momento em que o mercado vai ficar abaixo do mínimo."

O sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa, também acredita na possibilidade de intervenção do governo no mercado de milho. Sua previsão mais recente é de uma safrinha de milho de 52,5 milhões de toneladas, que, segundo ele, deve ser revisada. "Esse número vai ficar para trás", disse ele. Somando com a safra de verão, a produção total deve ser de 83 milhões de toneladas na safra 2014/2015.

"A boa notícia é que já tem uma grande parcela dessa safrinha já está comercializada", disse ele, considerando que, em Mato Grosso, essa proporção esteja atualmente em torno de 60%. "Mas eu acho que vamos ter em algumas regiões, sobretudo norte de Mato Grosso, a ocorrência de preços abaixo dos mínimos, o que abre a possibilidade do governo intervir."

Na avaliação dele, há um espaço para a entrada do governo especialmente na transferência de cereal do Centro-oeste para o Sul do Brasil. André Pessôa lembrou que a safra no sul foi menor que a do ano passado e setores como aves, suínos e pecuária leiteira estão crescendo. Na região centro-sul do Brasil, a demanda por milho deve crescer até 2,5 milhões de toneladas.

"Como produziu menos e a demanda sobe, a tendência é de estoques menores. Não vai faltar milho, mas haveria espaço para transferir uma parte do estoque do Centro-oeste para o Sul e Sudeste", disse. Outra possibilidade, de acordo com o consultor, é o próprio governo adquirir milho para compor estoques oficiais que, atualmente, estão em 1,58 milhão de toneladas, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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