
Acho que o produtor brasileiro vai continuar a investir em tecnologia porque a única solução é garantir a produtividade nesta situação, analisa Reichardt (Foto: Thinkstock)
A divisão de negócios agrícolas da Bayer acredita em manutenção da superfície plantada com grãos no Brasil na safra 2016/2017. Marc Reichardt, chefe global de operações comerciais da companhia neste segmento, acredita que depois de uma forte quebra registrada na temporada passada, além de restrições no crédito, o agricultor brasileiro deverá investir mais em rendimento no campo do que em área.
Nesta semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) voltou a revisar para baixo sua estimativa para a safra 2015/2016 de grãos no Brasil. O relatório mensal de setembro (clique aqui para ler) apontou uma produção de 186,4 milhões de toneladas, uma redução de 10,3% em relação à temporada 2014/2015, em função de problemas climáticos em algumas das principais regiões.
A Conab ainda não começou a divulgar suas projeções oficiais para o ciclo 2016/2017. O relatório com os primeiros números deve ser o de outubro. Mas, no Ministério da Agricultura, há uma expectativa de que a produção nacional de grãos chegue a 210 milhões de toneladas, como já afirmou anteriormente, por exemplo, o secretário de Política Agrícola, Neri Geller.
"Possivelmente, vai ser uma safra em que a área não vai aumentar, mas acho que o produtor brasileiro vai continuar a investir em tecnologia porque a única solução é garantir a produtividade nesta situação", analisa Reichardt, que tem no currículo 11 anos de atuação no mercado brasileiro como chefe da divisão Crop Science da Bayer para a América Latina.
O Brasil é o principal mercado latino-americano para a companhia multinacional com sede em Leverkusen, na Alemanha. Marc Reichardt reconhece que a situação financeira dos agricultores brasileiros ficou pior, de um modo geral, em função do ocorrido na última safra. Há um alto nível de endividamento e os bancos são mais conservadores nos empréstimos.
Mesmo assim, o chefe de operações agrícolas comerciais garante que a Bayer vai manter investimentos no mercado brasileiro. Uma das principais apostas da empresa no país para esta safra é a soja com a tecnologia Liberty Link (LL), apresentada comercialmente em março deste ano.
O desenvolvimento da tecnologia, implantada em 11 cultivares, levou quase 10 anos. O plantio experimental foi feito em cerca de 600 propriedades de diversas regiões brasileiras. O lançamento dependia apenas da aprovação pelas autoridades nacionais do glufosinato de amônia, herbicida contra o qual a soja Liberty Link apresenta resistência.
A Bayer não informa a expectativa de utilização das variedades LL nas lavouras brasileiras de soja. Com a tecnologia, a multinacional alemã busca ganhar espaço como opção para o produtor, especialmente em regiões onde há resistência aos herbicidas à base de glifosato.
"O lançamento é muito promissor, a tecnologia encontrou boa aceitação por parte do produtor e o resultado tem sido acima do esperado", garante Marc Reinchadt, sem dar mais detalhes, durante entrevista para jornalistas latino-americanos na sede da companhia.
*O repórter viajou a convite da Bayer
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